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sábado, 8 de janeiro de 2011

MINIATURAS DE LEGUMES E VERDURAS


À primeira vista, eles até parecem artificiais, de tão perfeitos. Mas não se engane. Os minilegumes, além da bela aparência, costumam ser mais saborosos. A maioria das variedades miniaturas é produzida a partir de sementes híbridas, geneticamente melhoradas. Não só desenvolvidas para reduzir o seu tamanho, mas também para realçar características como consistência e sabor.

Na Fazenda Ituaú, em Salto (SP), os minilegumes, que representam 50% da produção de hortaliças e legumes, recebem atenção especial. Além do cultivo em estufas - são mais de 3 hectares de área em 112 estufas - para garantir a produção o ano inteiro, alguns produtos, como a minimoranga, são embelezadas com polimento individual, antes de serem vendidas. ''Elas ficam mais brilhantes e bonitas'', diz o produtor Cyro Cury Abumussi.

Uma a uma

Em outra propriedade especializada em minilegumes, a Fazenda Ervas Finas Horticultura, de Campo Limpo Paulista (SP), a minicenoura, depois de colhida, é lavada e escovada, uma a uma. ''Tem de ter boa aparência. Mas compensa, porque é um produto valorizado'', diz uma das proprietárias, Annette Heuser. Na Ervas Finas são 6 hectares de área plantada com minilegumes, sendo 3 abrigados sob estufas.

O consumidor de minilegumes é exigente. Por isso, a seleção e padronização dos produtos são rigorosas. ''O descarte, que chega a 50% da colheita, é doado para instituições beneficentes'', diz Abumussi. O emprego de mão-de-obra para o cultivo é intensivo, pois até a polinização é manual.

Incluindo o preço das sementes híbridas de mínis, que chegam a custar até 30 vezes mais do que as de hortaliças convencionais, o custo de produção é bem superior. ''Mas o preço de venda compensa'', diz Abumussi. Para produzir a minimoranga, por exemplo, o desembolso é de R$ 3 por fruta, que é vendida por R$ 4 a unidade. Antes de investir na produção de miniaturas, porém, ele recomenda estudar bem o mercado. ''O produtor deve verificar se há demanda na região e definir bem o comprador.''

O cultivo de miniaturas na Ituaú começou em 1998. Antes, a fazenda tinha uma horta convencional. ''A demanda pelos mínis teve início com a alta gastronomia. Percebemos esse nicho e investimos'', diz.

''O cultivo protegido, em estufas, é essencial. Apenas a miniberinjela é cultivada em campo aberto, porque precisa de polinização de abelhas e porque o preço de mercado é baixo e não vale a pena o uso da estufa'', explica o produtor.

Pimentas

Além das diversas variedades de berinjela e minimoranga, a Ituaú produz minipimentão (de diversas cores), minitomate e minicenoura, além de mais de 40 tipos de pimenta. ''Colhemos de 15 a 25 toneladas de legumes/mês, entre mínis e convencionais.''

Na Ervas Finas, a forma de produção é diferente. ''Fazemos o plantio de sementes convencionais, o que muda é a colheita, precoce'', diz Annette. ''Além do tamanho menor, a textura é melhor e mais macia.'' Das lavouras da propriedade são colhidos cenoura, abobrinha, alho-poró, beterraba, berinjela, milho e rabanete, todos em miniatura.

Mercado consumidor amplia-se 

Antes restritos aos chefs de cozinha, os minilegumes já começam a agradar às donas de casa mais exigentes


SÃO PAULO - O cultivo de legumes e verduras em miniatura no Brasil, até alguns anos, atendia basicamente à demanda de chefs de cozinha, que estão sempre em busca de produtos diferentes para compor suas criações. Mas, atualmente, esse nicho de mercado está mais abrangente e já atende, além dos gourmets, ao consumidor comum. O tomate tipo cereja e o minipepino, por exemplo, já são produtos consolidados e fáceis de encontrar em vários supermercados.

Segundo o supervisor José Ronildo do Santos, da Casa Santa Luzia, de São Paulo (SP), a demanda pelos minilegumes vem crescendo nos últimos cinco anos, apesar do preço, que é, em média 20% maior do que os convencionais."Não é só o tamanho que é diferente. O sabor e a textura são melhores, por isso o público paga por isso."

A diversidade de produtos em miniatura também vem aumentando. "Freqüentemente incluímos novidades em nosso catálogo, como o tomate sweet grape, pequeno e ovalado", diz Santos. O mix de legumes e hortaliças em miniatura da Santa Luzia tem 25 itens, entre eles moranga, chuchu, berinjela, cenoura, pimentão, cebola e milho. "Temos mais opções, mas alguns produtos são muito sazonais."

O diretor de FLV do grupo Pão de Açúcar, Leonardo Miyao, destaca ainda a importância da aparência destes produtos. "Como o consumidor paga mais, ele exige que o produto esteja sempre bom, fresco e bonito", diz. Para isso, a logística com essa linha precisa ser bem programada. "É um nicho de mercado. Então, optamos por oferecer estes produtos apenas em algumas lojas." Atualmente, a rede oferece em torno 15 itens no segmento de mínis. O volume de vendas é bom, de 10 mil bandejas (de 300 a 400 gramas)/mês.

Parceiros

A Sapori Produtos Alimentícios, de Jarinu (SP), possui uma linha de produtos miniaturas, cuja produção vem de produtores parceiros, que cultivam conforme a demanda da empresa, explicam os proprietários Ângela e Maurício Rappa. "Esse mercado de mínis já passou por um período melhor, quando era novidade. Agora está mais estabilizado."

Atualmente, a Sapori conta com nove produtores parceiros. A linha de produtos mínis é comercializada in natura, com destaque para tomates, milho, pepino e vagem, "uma variedade especial, colhida precocemente, antes de os grãos se formarem dentro da vagem", explica Rappa. Há também a linha de conservas, que inclui minimilho, minicebolinha e miniabobrinha. "Na linha in natura, comercializamos atualmente em torno de 20 mil bandejas (entre 200 e 300 gramas) por mês."

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